Disciplina Positiva: Fortalecendo a Educação Parental

No dia 23 de novembro, sábado passado, realizamos um workshop para as famílias e colaboradores do Colégio, com o tema “Disciplina Positiva e Educação Parental”. Ficamos muito felizes com a presença de todos que puderam participar desse momento. Para aqueles que não puderam comparecer, compartilhamos a seguir um breve resumo dos principais pontos abordados.

Conceito de Disciplina Positiva

A disciplina positiva é uma abordagem educativa que visa construir um relacionamento saudável e respeitoso entre pais e filhos, promovendo o desenvolvimento emocional e social das crianças. Seu foco está em ensinar comportamentos adequados, ao mesmo tempo que se valoriza a conexão afetiva e a aprendizagem de habilidades essenciais para a vida.

Critérios da Disciplina Positiva

A disciplina positiva se baseia em alguns critérios fundamentais para garantir que o processo educativo seja efetivo e benéfico para a criança:

  1. Conexão: A criança deve sentir que pertence à família e que é importante para ela.
  2. Respeito mútuo: A abordagem busca equilibrar firmeza e gentileza, tratando a criança com dignidade, mas mantendo limites claros.
  3. Resultados a longo prazo: A disciplina positiva considera os pensamentos, sentimentos e aprendizados da criança, buscando prepará-la para tomar boas decisões no futuro e ter sucesso em suas relações sociais e pessoais.
  4. Habilidades sociais e de vida: Ensinar a criança a respeitar os outros, a resolver problemas, a cooperar e a cuidar de si mesma e do próximo.
  5. Descoberta das capacidades da criança: Incentivar a criança a explorar e desenvolver sua autonomia e poder pessoal de maneira construtiva.

Principais Objetivos e Princípios da Disciplina Positiva

  • Respeito mútuo: Estabelecer um ambiente de respeito em ambas as direções – adulto-criança e vice-versa.
  • Foco em soluções: Em vez de punir, busca-se entender a situação e encontrar soluções que promovam aprendizado.
  • Ensinar responsabilidades: A criança aprende a assumir a responsabilidade por suas ações e decisões.
  • Comunicação eficaz: Estimular um diálogo aberto, claro e respeitoso entre pais e filhos.

As 3 Principais Abordagens para a Interação Adulto – Criança

  1. Rigidez (controle excessivo): Neste modelo, a criança não tem liberdade de escolha. A ordem é imposta sem margem para diálogo: “Você faz isso porque eu mando”.
  2. Permissividade (sem limites): Ao contrário, essa abordagem oferece liberdade sem limites claros, onde a criança tem escolhas ilimitadas: “Você pode fazer o que quiser”.
  3. Disciplina Positiva (Gentileza e Firmeza ao mesmo tempo): Aqui, a criança tem liberdade dentro de um conjunto de limites claros e respeitosos. A abordagem busca equilibrar gentileza e firmeza, permitindo escolhas dentro de parâmetros que respeitam todos ao redor: “Você pode escolher dentro dos limites que demonstram respeito por todos.”

Princípios da Disciplina Positiva

  • Gentileza e Firmeza: Manter um equilíbrio entre ser gentil e firme, sem ceder aos caprichos, mas também sem ser autoritário.
  • Escolhas limitadas: Dar à criança a oportunidade de tomar decisões dentro de um conjunto de opções que se alinham com os valores da família.
  • Limites que demonstram respeito: Estabelecer regras que respeitem a dignidade de todos e a convivência em harmonia.
  • Fazer acordos e combinados juntos: Envolver a criança no processo de estabelecer regras, para que ela entenda e aceite os limites.
  • Consistência: Manter-se firme nos acordos e nas decisões, garantindo que as regras sejam seguidas de forma constante.
  • Ser exemplo: Agir de maneira coerente com o que se espera da criança, pois o exemplo dos pais é fundamental no aprendizado.
  • Supervisão / Observação / Acompanhamento: Monitorar o comportamento da criança, oferecendo apoio e orientação quando necessário.
  • Erros como oportunidades de aprendizagem: Considerar os erros como momentos de aprendizado, e não como falhas a serem punidas.

Quando uma criança demonstra emoções intensas ou comportamentos desafiadores, muitas vezes isso é um reflexo de suas necessidades emocionais ou de desenvolvimento não atendidas. Esses comportamentos são como a parte visível de um iceberg — são sinais de algo mais profundo, relacionado à imaturidade neurológica da criança e à dificuldade de expressar suas necessidades de forma adequada.

O que podemos fazer quando a criança demonstra suas emoções dessa forma?

Primeiro, é importante que a criança e os adultos envolvidos se conheçam melhor e desenvolvam habilidades para lidar com essas situações de maneira saudável. Algumas perguntas podem ajudar nesse processo de autodescoberta e autorregulação:

  • Autoconhecimento: Você se conhece? Tem clareza sobre suas emoções e necessidades?
  • Autorregulação: Você é capaz de controlar suas emoções, pensamentos e comportamentos em momentos de dificuldade?
  • Consciência social: Você consegue perceber e compreender as necessidades e sentimentos dos outros, especialmente da criança?
  • Habilidades de relacionamento: Você mantém relacionamentos positivos e saudáveis, sabendo como lidar com conflitos de forma construtiva?
  • Tomada de decisões responsáveis: Você faz escolhas construtivas e responsáveis, considerando o impacto delas no presente e no futuro?

Lembre-se: O que fazemos nunca é tão importante quanto como fazemos. A maneira como reagimos às situações é fundamental para o aprendizado da criança e o fortalecimento da relação.

O comportamento da criança está intimamente ligado ao que ela acredita ser verdade sobre si mesma e sobre o mundo, não necessariamente ao que é objetivamente verdadeiro. Ou seja, o comportamento reflete crenças e percepções, que podem não estar alinhadas com a realidade.

Todos os sentimentos são válidos, mas nem todos os comportamentos são aceitáveis

 

A disciplina positiva não busca reprimir as emoções da criança, mas sim orientar os comportamentos, ajudando a criança a aprender maneiras mais saudáveis de expressar o que sente.

Uma abordagem prática para lidar com isso é trocar o “SE” pelo “ASSIM/QUANDO”, ou seja, ao invés de dizer “Se você fizer isso, então…”, podemos fazer perguntas e colocar condições como “Quando você fizer isso, vamos…” ou “Assim que conseguirmos…”

Agir conscientemente x Agir sem pensar!

A chave está na consciência: agir de maneira ponderada e com intenção, ao invés de reagir automaticamente a um comportamento impulsivo ou perturbador.

Liberdade com ordem – Escolhas limitadas:

Oferecer à criança a liberdade de fazer escolhas, mas dentro de limites claros e respeitosos. Isso promove um ambiente de segurança e controle, onde a criança sente que pode expressar suas preferências, mas com responsabilidade.

O filho não ouve, mas observa!

As crianças aprendem principalmente por meio da observação. Por isso, é essencial que o comportamento dos adultos sirva de modelo para as atitudes e valores que esperamos que a criança adote.

Cuidar de quem cuida!

É fundamental lembrar que para cuidar bem dos outros, precisamos cuidar de nós mesmos. Isso inclui cuidar de nossa saúde emocional, mental e física. Aqui estão algumas práticas que podem ajudar nesse processo:

  1. S de silêncio:
    É importante encontrar momentos de silêncio para ouvir sua própria voz interior e se acalmar.
  2. A de atenção:
    Pratique a atenção plena — esteja presente no momento, focando no agora e no futuro de forma consciente.
  3. B de brincadeira:
    Traga leveza e alegria para o seu dia a dia. A diversão e o humor ajudam a reduzir o estresse e a criar um ambiente mais acolhedor.
  4. E de escuta:
    Pratique escutar não apenas com os ouvidos, mas com o coração. Escute de forma empática, tentando compreender a perspectiva do outro.
  5. D de doação:
    Fazer o bem, seja de forma prática ou emocional, faz com que nos sintamos necessários, úteis e importantes.
  6. O de observação:
    Tire um momento para se distanciar das situações e observar sem julgamentos. A observação com respeito e empatia traz uma perspectiva mais clara.
  7. R de respiração:
    A respiração profunda e consciente é uma das melhores ferramentas para nos acalmarmos e nos conectarmos com o momento presente.
  8. I de integral:
    Somos seres plenos e precisamos cuidar da nossa saúde física, emocional e espiritual, mantendo o equilíbrio entre todas as áreas da vida.
  9. A de agradecimento:
    Cultivar o hábito de agradecer, por tudo o que somos e temos, nos ajuda a manter uma visão positiva e grata da vida.

Além de abordar os temas mencionados, também realizamos atividades práticas que estimularam reflexões coletivas. Essas atividades proporcionaram ferramentas concretas e aplicáveis para que os participantes possam utilizar os princípios da Disciplina Positiva no seu dia a dia.

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